Córregos esquecidos. Fotos: Dudu Mazzei |
Na NOVA JUIZ DE FORA o importante é gastar milhões para recapear os asfaltos, em sua maioria, na área central. É NOVA Santo Antônio, Independência, Getúlio, Olegário, Rio Branco, JK/Benfica entre outros. No entanto, quando se fala de bairros, o que vemos são propostas de reformas em apenas algumas ruas. As fotos de Dudu Mazzei revelam que há muito o que fazer nos bairros Santa Luzia e Santa Efigênia. Mas, para o planejamento de obras da Prefeitura, apenas 14 ruas serão recapiadas nestas duas áreas. Qual foi o critério de importancia para estas reformas? Entendo que esgoto sem tratamento a céu aberto, casas construídas em locais de risco, lixo jogado em calçadas e ruas sem calçamento são critérios relevantes para um projeto.
Obras de drenagem, novo asfalto, reurbanização e novo sistema de iluminação são realidades apenas para o centro, que sinceramente é considerado a menina dos olhos para a Prefeitura. Afinal, quanto mais pessoas vêem algo sendo feito, melhor para a imagem de quem governa.
Descaso tradicional. Foto: Dudu Mazzei |
Mas o mais interessante é comparar os bairros da região sul de Juiz de Fora. Cascatinha e Estrela Sul fazem parte de áreas nobres da cidade e estão na rota verde ao lado do Independência Shopping, que é universo de butiques e madames. Ainda na zona sul estão os pobres bairros da rota laranja, apagados pela simplicidade e falta de estrutura. Fazendo um passeio entre Santa Efigênia, Santa Luzia, Estrela Sul até Centro encontramos parâmetros de vidas, consumo e realidade totalmente diferentes.
Com esta deixa, que passo a refletir o quanto esta cidade possuí discrepâncias. Dentro de um bairro pobre sai um bairro rico e pessoas dos dois lugares se encontram no centro, cada uma na sua posição. Nesse centro que encontramos as grandes obras do Programa NOVA JUIZ DE FORA, pretendendo remodelar a Praça do Riachuelo para retirar mendingos, vistos como ladrões e baderneiros. Ou colocando um alfalto novo em toda Independência, que não possuí um buraco sequer, em toda sua extensão. Neste caso, mais uma vez os moradores dos bairros pobres querem saber. O que sobra para nós?
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